A justiça de Deus nos infunde confiança plena – Sl 37.4-9

A onipotência de Deus nos infunde temor e confiança – Is 40.12-31
11/06/2016
A verdade de Deus nos infunde certeza – Tt 1.1-4
09/07/2016

Queridos, buscando crescer no conhecimento de Deus, sobre os seus atributos, hoje trataremos da sua justiça, atributo santo de Deus que engloba todas as virtudes, lembrando que os atributos de Deus são todos da mesma essência. Por exemplo, Deus não é apenas amoroso, mas é o próprio amor, assim como ele também não é apenas justo, mas é a própria justiça. Assim, todos os seus atributos têm a mesma essência do Deus Todo-poderoso.

Por isso, quando conhecemos o nosso Deus e a sua natureza justa, isso nos infunde confiança plena por saber que o seu julgamento é rigorosamente justo. Quando conhecemos o nosso Deus e a sua natureza justa, jamais questionaremos os seus desígnios, como, por exemplo, quando ouvimos pessoas ditas crentes dizerem que Deus é injusto por salvar uns e condenar outros. Tais pessoas, ainda que se digam crentes, na verdade, não conhecem o Deus Todo-poderoso, cujo trono tem por fundamento a justiça e o direito (Sl 89.14).

Irmãos queridos, precisamos conhecer e crescer no conhecimento do nosso Deus. Ele prometeu abençoar os seus eleitos, e ainda que nos pareça, em diversas ocasiões, que ele não nos está abençoando, ou que nos esqueceu, lembrando que Deus é justo, isso nos infunde confiança de que ele fará justiça. Como ensina o escritor aos Hebreus, Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome (Hb 6.10). Obviamente, o escritor aos Hebreus não está ensinando que temos algum crédito diante de Deus, e sim que ele nos abençoará porque prometeu, e ele é fiel e justo no cumprimento das suas promessas.

Conforme o trecho que lemos, precisamos nos agradar do Senhor, e para isso precisamos conhecê-lo, a fim de esperar confiantes pela sua justiça. Porque Deus é justo, como ele prometeu, sabemos que ele dará a cada um conforme o seu proceder. Seja eleito ou condenado, todos teremos um julgamento justo, recebendo do Senhor galardão ou punição conforme a sua justiça: Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no Senhor possuirão a terra (v.9).

Neste Salmo 37, vemos Davi encorajando os santos a confiar na justiça do Senhor, e no Salmo 73, vemos o salmista Asafe passando por momentos de dúvida pelo fato de os ímpios prosperarem, e ele, servo de Deus, passar por dificuldades. Pela graça de Deus, e para o nosso ensino, nos dois salmos eles reconhecem a justiça de Deus e glorificam o seu nome, por saber que Deus é justo no seu juízo, e que no final premia os seus santos e pune os ímpios, ainda que estes, temporariamente, possam ser abençoados por Deus, segundo os seus propósitos.

Precisamos saber que a prosperidade dos ímpios também vem de Deus, e que ele pode usar essa prosperidade dos ímpios para abençoar os seus eleitos. Usaremos apenas dois exemplos para confirmar esta verdade. Nos dias de José, Deus levantou um Faraó que foi favorável a Jacó e à sua família, a fim de que a nação de Israel se desenvolvesse no Egito, na terra de Gósen, sob as graças de Faraó, um rei ímpio (Gn 47.1-12).

Nos dias do cativeiro babilônico, Deus levantou Ciro, rei da Pérsia, e fez com que ele desse ouvidos à profecia de Jeremias lembrada por Daniel, e libertasse o seu povo, mandando-o de volta para Jerusalém. Além disso, o rei deu todas as condições para o povo reedificar a cidade, os muros, o templo, e restaurar o culto a Deus (Ed; Ne). Todas estas coisas foram possíveis por causa da bênção de Deus na vida de Ciro, um rei ímpio. Ou seja, Deus faz prosperar aqueles sob cujas asas o seu povo será abençoado.

Obviamente, estas são situações especiais. Outras há em que Deus abençoa o ímpio fazendo-o prosperar apenas para mostrar a sua glória e o seu poder na destruição de pessoas investidas de autoridade e poder secular, como fez como o Faraó nos dias de Moisés, com Herodes nos dias de Jesus, e com Nero nos dias dos apóstolos. Três exemplos de homens poderosos pela graça de Deus, mas, por não lhe darem glória, foram justamente aniquilados pelo mesmo poder de Deus que os fez prosperar. Justiça de Deus!

Estes homens tiveram informações sobre quem era Deus, mas não se agradaram dele. Sequer reconheceram que o seu poder vinha de Deus, e tiveram que saber da pior maneira possível, porque Deus é justo, e fez justiça punindo a sua impiedade, porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no Senhor possuirão a terra (v.9).

Irmãos queridos, será que conhecemos o Deus justo, e confiamos que a sua justiça está sendo feita em nossas vidas, sejam quais forem as circunstâncias, sejam quais forem as condições de vida que ele nos proporciona? Será que não há alguns aqui que têm inveja de outros, que ficam irritados porque outros têm mais posses, têm mais poderes, têm uma vida mais abastada, com a graça de Deus?

Lembrem de que Deus é justo, é soberano e não tem que dar satisfação a ninguém do que faz, ou como distribui a sua graça. A esse respeito, o Senhor Jesus contou a parábola do dono da vinha, o homem que contratou trabalhadores em diversos momentos do dia, e ao final pagou um salário a cada um (Mt 20). Quando os que trabalharam o dia inteiro reclamaram porque os que trabalharam apenas uma hora receberam o mesmo salário, o senhor da vinha mostrou-lhes que não era injusto, e que fazia o que queria com o seu dinheiro, pagando a cada um conforme a sua decisão.

Irmãos, a ordem é: Agrada-te do Senhor e ele satisfará aos desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará (vv.4-5). Quando conhecemos o nosso Deus, jamais ousaremos imaginar que ele é injusto, ainda que vejamos os ímpios prosperarem, e nós, não. O Senhor é justo na distribuição da sua graça, e a nós, cabe-nos apenas ser gratos por tudo que dele recebemos.

Ainda que nos pareça injusto recebermos tão pouco com relação ao que recebem os ímpios, ainda que por vezes sejamos até humilhados pelos poderosos deste mundo, pelos nossos patrões, pelos nossos chefes, quando conhecemos o nosso Deus que é justo, devemos confiar que ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o sol ao meio dia (v.6). A justiça de Deus nos infunde esta confiança.

Ainda que nos pareça injusto trabalhar de sol a sol, ganhar um salário que mal dá para sustentar as nossas famílias, enquanto vemos os nossos patrões ímpios cada vez mais ricos às custas do nosso trabalho, a ordem é: Descansa no Senhor e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios (v.7). Esta é a ordem do Deus justo.

Ainda que nos irritemos e fiquemos impacientes com uma situação que nos parece injusta, e que às vezes perdura por toda a nossa vida, a ordem é: Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes, certamente isso acabará mal (v.8). Se Deus é justo, e sabemos que ele é justo, haverá um dia do julgamento.

No momento presente as coisas nos parecem sem rumo, injustas, e isso é fruto do pecado em que jaz o mundo. Não podemos esquecer que o mundo inteiro jaz no maligno (1Jo 5.19), e por isso ele é contra nós, mas vem o dia, e já está próximo, quando Deus endireitará todas as coisas, e dará a cada um conforme as suas obras. Como o apóstolo Paulo afirmou aos atenienses, o Deus justo estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos (At 17.31).

Como sabemos, este varão é o Senhor Jesus, em quem depositamos a nossa esperança de que, naquele dia, toda a injustiça dos homens será reparada pela justiça de Deus. Naquele dia se cumprirá esta palavra: Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no Senhor possuirão a terra (v.9). Assim fará o nosso Deus justo, e porque conhecemos a sua justiça, temos confiança plena de que assim será.

Por isso, resta-nos continuar crescendo no conhecimento do Senhor, a fim de que nos agrademos cada vez mais dele, descansemos nele, certos de que, conforme a sua justiça, ele satisfará os desejos do nosso coração, não exatamente por nossa causa, mas por causa da sua justiça, para louvor da sua glória. Amém.