Queridos, quanto mais nós crescemos no conhecimento de Deus, a cada degrau nós percebemos o quanto ainda precisamos, podemos e devemos aprender mais e mais sobre os seus atributos. Como Deus é maravilhoso! Pela sua graça, ele se revela a nós nas Escrituras, que são a expressão da sua vontade para os seus eleitos, chamados, justificados e adotados como filhos em Cristo Jesus. A verdade de Deus nos infunde esta certeza.
Irmãos, esta é a função primordial de um pastor e mestre: conduzir as ovelhas de Jesus conforme ele mesmo determinou que os seus apóstolos assim o fizessem, ensinando tudo o que ele lhes ordenou (Mt 28.20). E o que Jesus ordenou que fosse ensinado está registrado nas Escrituras. A questão é: nós realmente cremos nisso? Até que ponto consideramos o conhecimento que temos de Deus, pelo ensinamento recebido do pastor, como verdade absoluta, a ponto de não duvidar do ensino, não relativizar, não minimizar, não negociar a verdade de Deus, mesmo com o risco da própria vida? Até que ponto?
Ao seu discípulo Timóteo, Paulo o exorta a ser firme no ensino da Palavra, ainda que tenha que morrer por isso: Conjuro-te perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina (2Tm 4.1-2). Irmãos, essa é a principal tarefa do ministério de um pastor e mestre: promover a fé dos eleitos e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade (Tt 1.1).
Prestem atenção, irmãos! Aqui há quatro elementos que precisamos destacar de passagem: 1) A quem Paulo quer promover a fé? Aos eleitos de Deus. 2) Como é que Paulo promove esta fé? Pelo pleno ensino, para o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade. 3) Com que objetivo? Alicerçar nos eleitos a esperança da vida eterna que Deus prometeu antes dos tempos eternos. 4) Qual a garantia de Paulo? O fato de que Deus não pode mentir (vv.1-2)
Em tempos devidos os eleitos ouvirão e conhecerão esta verdade (v.3). Mas, de que verdade o apóstolo está falando? De que verdade nós estamos falando? É claro que não é a verdade de Paulo, de Timóteo ou Tito, muito menos a minha verdade. Seguindo o ensino apostólico nós estamos falando do conhecimento de Deus, o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, a verdade de Deus, ou melhor, estamos falando da palavra do próprio Deus como a essência da verdade, ou a verdade absoluta em sua essência.
Irmãos, eu insisto: o quê, ou quanto nós conhecemos de Deus? Esse conhecimento é pleno segundo a piedade? Vamos a uma rápida lembrança. Foi Deus quem criou todas as coisas pelo poder da sua palavra; foi Deus quem escolheu um povo, Israel, para ser o seu povo especial, a fim de testemunhar às outras nações que só Deus é o Senhor; foi Deus quem lhes deu uma liderança, uma lei e um terra; deu-lhes também sacerdotes, juízes, reis e profetas para conduzi-los até a chegada do Messias, conforme a sua palavra de poder.
Pois bem, a partir da vinda do Messias, conforme a palavra de Deus, a história desse povo de Deus desaguou na Igreja, o corpo de Cristo, a Igreja que é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular (Ef 2.20). Esta é a fé que Paulo, como apóstolo de Jesus Cristo, se esforça para promover entre os eleitos de Deus, para o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, a mesma verdade de Deus anunciada pelos profetas do Velho Testamento. A questão é: quantos entre os ditos crentes creem verdadeiramente nisso?
Prestem atenção, irmãos! Se cremos que Deus criou todas as coisas pelo poder da sua palavra; se cremos que Deus sustenta a sua criação pelo poder da sua palavra, então precisamos considerar os desdobramentos naturais dessa verdade. Como Paulo ensina a Timóteo, se somos infiéis, [e somos] Deus permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo (2Tm 2.13). Ou seja, Deus é a verdade absoluta em essência, e nós, pecadores infiéis em essência. Logo, ou nós confiamos totalmente na palavra de Deus como verdade absoluta, ou estamos definitivamente, eternamente perdidos. Não há outra alternativa.
É por isso que Paulo se apresenta como promotor dessa verdade entre os eleitos. Porque entre os eleitos? Porque somente os eleitos, pela graça de Deus, segundo a piedade, confiam na palavra de Deus, e mantêm a esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos (v.2). Esta é a nossa garantia: a palavra de Deus é a verdade absoluta, e isso nos infunde confiança.
Ele prometeu abençoar os justos, os seus eleitos, e precisamos crer na sua palavra; ele prometeu punir os perversos, e tanto as Escrituras como a história da humanidade nos dão conta dessa verdade. Por mais que às vezes os ímpios prosperem, como falamos em mensagem anterior, a sua destruição é garantida por Deus. Quantos e quantos reis poderosos, potestades que Deus mesmo levantou e destruiu, para ser glorificado neles, e os mantém destinados à perdição eterna no inferno de fogo, conforme a sua palavra.
Mas aos seus eleitos, os seus santos, ainda que humilhados por breve tempo, estes, Deus exalta no tempo oportuno: Jacó, José, Moisés, Davi, Jesus, o servo sofredor, o carpinteiro que morreu numa cruz, mas que ressuscitou e foi glorificado nos céus, de onde virá julgar vivos e mortos (1Tm 4.1). Naquele dia, o servo sofredor que foi humilhado por breve tempo, e que agora é exaltado e glorificado tanto na terra como no céu, virá com poder e glória buscar a sua Igreja, a Igreja que é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular (Ef 2.20).
Irmãos, estas coisas fazem parte do pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, base sobre a qual os eleitos estão firmes, na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu, antes dos tempos eternos (vv.1-2).
Será que todos aqui descansam nesta esperança? Será que esta verdade, da qual o apóstolo Paulo foi promotor, alcança a todos vocês? Será que, mesmo aqueles que estão passando por tribulações, dificuldades neste mundo corrompido, têm plena confiança de que esta palavra é a verdade confiada aos apóstolos por mandato de Deus, nosso Salvador (v.3)
Olhem, irmãos, como eu sempre tenho dito a vocês, a Bíblia é a expressão da vontade de Deus, e foi escrita para os seus eleitos. Os ímpios, os perversos, mesmo que sejam membros de igrejas evangélicas, jamais darão ouvidos à palavra de Deus, porque já estão condenados. Porém, como a palavra de Deus é a verdade, sem nenhuma dúvida, em tempos devidos, ela será pregada com integridade aos eleitos de Deus por algum pastor fiel, a quem a palavra também foi confiada por mandato de Deus, nosso Salvador (v.3).
Vejam que maravilha! Neste pequeno trecho lido, uma simples saudação, podemos ver que o apóstolo, evangelista e pastor Paulo se dirige a Tito, seu discípulo e também pastor, lembrando-lhe que ele é um filho, seja de Paulo ou de Deus, já que os dois comungam da mesma fé. Por isso, os dois podem participar da mesma graça e da mesma paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus nosso Salvador (v.4).
Ah irmãos! Como é bom conhecer o nosso Deus! A sua verdade absoluta nos infunde a certeza de que somos filhos amados, adotados em Cristo Jesus, e por isso mesmo devemos viver para a sua glória, segundo a sua verdade revelada nas Escrituras Sagradas.
Que Deus nos conceda a graça de viver assim: alicerçados na verdade, proclamando a verdade com as nossas vidas, para que a nossa semelhança com Jesus alegre o coração do Pai, no momento em que realmente vivemos para louvor da sua glória. Amém.