Queridos, em nosso ministério nós temos ensinado insistentemente que os verdadeiros crentes não se iludem com mensagens adocicadas, psicologizadas, mensagens de auto-ajuda, mensagens para elevar a auto-estima. O verdadeiro crente sabe muito bem que é amado de Deus, sabe que foi salvo por Cristo Jesus, sabe que é habitação do Espírito Santo, e isso é suficiente para manter a sua auto-estima elevada.
Eu tenho insistido que em nossos dias, em especial em nosso país corrupto por excelência, inclusive a instituição chamada de igreja, o que o crente realmente necessita é de discipulado, é de ensinamento sobre santidade, sobre humildade, sobre obediência, a fim de andar de modo digno da vocação a que foi chamado, nos retos caminhos do Senhor, e não se desviar deles nem para a direita nem para a esquerda.
Em nosso ministério, nós temos ensinado insistentemente que a nova vida que recebemos de Deus, em Cristo Jesus, naturalmente será caracterizada pela humildade, pela obediência, enfim, por uma vida de santidade. Este versículo que lemos nos ensina que guardar os mandamentos de Jesus é a prova do nosso amor por ele, amor que, pela sua graça, é fruto do seu amor por nós, porque ele nos amou primeiro (1Jo 4.19).
Ao ouvir esta mensagem do Senhor, cada irmão que está aqui, de acordo com o seu conhecimento bíblico, de acordo com a revelação de Deus que lhe foi dada, deverá fazer uma autoanálise sobre o seu amor por Cristo, em função de como anda a sua obediência aos mandamentos do Senhor. Segundo Jesus, esta é a medida do seu amor por ele. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama.
Por que eu digo que isso só pode ser feito de acordo com a revelação que nos foi dada? Ora, precisamos ter consciência, irmãos, de que, para obedecer ao Senhor com prazer, com alegria, de todo o coração, nós precisamos conhecê-lo, nós precisamos compreender a extensão do seu amor por nós, até o limite da nossa capacidade de compreensão das maravilhas divinas, conforme nos são reveladas na Bíblia.
E conhecer a Bíblia não é a mesma coisa que memorizar alguns versículos e até citá-los como se houvesse poder neles. É comum ouvir irmãos citando frases esdrúxulas do evangeliquês, tipo “o sangue de Cristo tem poder”, “ô glória”, ou mesmo algum versículo bíblico, como se essas coisas tivessem poder em si mesmas.
Prestem atenção, irmãos! Quando o salmista diz no Salmo 119.11 – Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti, ele está falando do conhecimento da vontade de Deus para a sua vida. Obviamente, as palavras deste versículo, e até de outros, sozinhas ou isoladas, não produzem nenhum efeito. Precisamos, efetivamente, conhecer a palavra do Senhor, os mandamentos do Senhor, tê-los realmente na memória para não pecar contra ele, e isso implica deixar de fazer a nossa vontade para fazer a vontade de Deus, conforme ele nos revelou na sua palavra.
É neste sentido que Paulo ensina que devemos deixar as coisas deste século, e renovar as nossas mentes pela palavra de Deus, o que nos levará a conhecer a sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm 12.2). Somos salvos para a obediência. É para isso que o apóstolo Pedro também nos encoraja: Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância (1Pe 1.14).
Nós não dizemos que somos salvos em Cristo? Nós não dizemos que o amamos? Então devemos ter condição de fazer um autojulgamento com base na sua palavra: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama.
Agora, vejam na sequência do versículo, que coisa linda! Aqui nós temos uma afirmação e duas promessas vinculadas: (ler 21a; 21b; 21c). Observem que todo aquele que estiver enquadrado na afirmação é alvo das duas promessas. Ou seja, o amor a Cristo, evidenciado pela obediência aos seus mandamentos, traz, como consequência, as promessas do amor do Pai e do Filho, e da manifestação do Filho.
É isso que é vida em abundância prometida por Cristo, vida que se auto-alimenta até a eternidade na glória de Deus. Quanto mais entendemos o amor de Deus que nos é revelado em sua Palavra, mais o obedecemos; e quanto mais o obedecemos, mais somos amados pelo Pai e pelo Filho, e o Filho se manifesta a nós, em nós, e através de nós, a fim de que outras pessoas sejam alcançadas pelo evangelho que respiramos e transpiramos em nosso dia-a-dia.
O v.23, adiante, nos dá a revelação do que vem a ser a promessa do Filho se manifestar a nós: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Vejam que maravilha! É por isso que eu disse que nós respiramos a transpiramos o evangelho, para a salvação dos perdidos. O evangelho, a boa nova é Cristo, e ele fez morada em nós, de modo que os pecadores o vejam em nós e através de nós. É isso que Paulo que dizer quando ensina em 2Co 2.14-15 – que Deus, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo.
Certamente esses versículos explicam um pouco do que seja essa manifestação de Cristo a nós. Quanto mais cheios do conhecimento de Deus, mais nós manifestamos a sua presença em nós, assim como foi com Abraão, com Moisés, com Elias, com Davi, com Paulo.
Irmãos, nós precisamos observar como estes homens, pecadores como nós, obedeciam a Deus, como eles tinham intimidade com Deus. Quanto mais conhecimento, mais intimidade; quanto mais intimidade, mais obediência; quanto mais obediência, mais amor. É como diz o salmista no Sl 25.14 – A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.
E os que temem ao Senhor são exatamente aqueles que o conhecem, aqueles que guardam os seus mandamentos, aqueles que amam a Cristo, e que são amados do Pai, e por isso Cristo se manifesta a eles, e eles manifestam o amor e a glória de Cristo em suas vidas.
É simples assim. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
Que Deus nos abençoe e nos conceda cada vez mais vontade de conhecê-lo pelo estudo diligente da sua palavra, a fim de que vivamos em obediência, crescendo em santidade, de acordo com a vocação para qual fomos chamados, para que Deus manifeste a sua glória a nós, em nós, e através de nós, exatamente para louvor da sua glória. Amém.