A importância do batismo no pacto da graça – Rm 4.16

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Queridos, hoje batizaremos várias pessoas, inclusive crianças. Por isso, a mensagem trata do batismo, inclusive infantil, para que não esqueçamos a sua importância no pacto eterno da graça de Deus. Sabemos que o batismo é um sacramento instituído pelo Senhor Jesus, e deve ser ministrado com água. A quantidade de água, e a forma como a pessoa é molhada, para a purificação simbólica dos seus pecados, sem nenhuma dúvida, conforme as Escrituras, é pouca água, administrada por aspersão. Sobre este assunto, já pregamos em outra ocasião, e lembraremos aqui muito rapidamente.

Portanto, não entraremos na forma do batismo, mas na sua aplicação inclusive aos nossos filhos, no momento em que, pela fé, os incluímos no pacto eterno da graça de Deus.

Segundo as Escrituras, o batismo simboliza a nossa purificação, a partir da regeneração, como Jesus ensina a Nicodemos: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (Jo 3.5). Como Nicodemos era doutor da lei, ele devia saber que Jesus estava se referindo à profecia de Ezequiel, que diz:  Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis (Ez 36.25-27).

Esta é a promessa da nova aliança de que Jesus fala na Santa Ceia, e que, mesmo sendo nova, é a velha aliança eterna prometida a Abraão e à sua descendência, cujo sinal era a circuncisão. Assim como a circuncisão tinha o objetivo central de comunicar e confirmar a união com Jeová, na forma da sua aliança eterna, o batismo tem o mesmo objetivo central de comunicar e confirmar a nossa união com Cristo, conforme Paulo explica em Cl 2.11-12 – Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente fostes circuncidados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentro os mortos.

Ou seja, como a aliança da graça de Deus é eterna, somos nela incluídos, mudando apenas o sinal da circuncisão no Velho Testamento para o batismo no Novo Testamento. Portanto, o principal fundamento que sustenta biblicamente a prática do batismo, inclusive em nossos filhos, está na unidade e continuidade da aliança eterna da graça de Deus, conforme ele prometeu a Abraão e à sua descendência, como Paulo ensina aos Gálatas (3.14), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos pela fé o Espírito prometido, o mesmo Espírito prometido lá em Ezequiel, como lemos há pouco. Esta é a razão que provém da fé… (v.16).

Irmãos queridos, quando sabemos que o pacto da graça de Deus é eterno; quando entendemos que o pacto é o instrumento de redenção de toda a criação amaldiçoada pelo próprio Deus, então nós conseguimos ver o pacto como uma garantia de que a nossa salvação está consumada na eternidade, e que o batismo, inclusive infantil, como sinal do pacto, aponta para a realidade e continuidade que o pacto eterno da graça de Deus comunica a nós e aos nossos filhos.

É assim que Pedro exorta os irmãos convertidos lá no Pentecostes: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito, o mesmo Espírito prometido lá em Ezequiel, como lemos há pouco. Então, Pedro continua explicando para aqueles novos convertidos: Pois para vós outros é a promessa, para os vossos filhos, e para todos que ainda estão longe, isto é, para todos quantos o Senhor nosso Deus chamar (At 2.38-39). Ou seja, o que fundamenta a administração do batismo inclusive aos nossos filhos é a sua instituição divina, pois as promessas contidas na aliança eterna da graça de Deus, cujo sinal na nova aliança é o batismo, são destinadas aos crentes e aos seus filhos.

No entanto, sabemos que o pacto é do Senhor, que é quem o administra, e que ele chama e inclui quem ele quer. Sabemos que não somos nós que salvamos os nossos filhos, assim como sabemos que o batismo, como sinal do pacto, não traz a salvação em si mesmo, nem mesmo pela nossa obediência em administrá-lo aos nossos filhos. Sabemos que a salvação não é mérito nosso, e sim unicamente uma dádiva do Senhor da aliança, mas também sabemos que ele cumpre as suas promessas. Esta é a razão que provém da fé, para que seja segundo a graça, como ensina o apóstolo Paulo.

Por isso, nós obedecemos quando incluímos nossos filhos no pacto eterno da graça de Deus, cujo sinal é o batismo. Assim como desde Abraão os pais do Velho Testamento, pela fé, aplicaram a circuncisão em seus filhos como sinal do pacto, em testemunho de que as crianças também faziam parte da família da aliança eterna de Deus, assim também devemos agir com as nossas crianças, pela fé, entendendo que os mesmos benefícios da circuncisão da velha aliança se aplicam ao batismo da nova aliança, no momento em que o batismo sela uma pessoa como membro da Igreja de Cristo.

Como sabemos pelas Escrituras, a nova aliança é o cumprimento da aliança eterna que o Senhor fez com Abraão, e Cristo é a consumação das promessas da aliança: Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente, … e o seu descendente é Cristo (Gl 3.16). Por isso precisamos batizar os nossos filhos, incluindo-os na aliança do Senhor, pela fé nos méritos de Jesus Cristo, o Senhor e mediador da aliança.

Esta é uma responsabilidade de todos os pais que entendem o significado e a abrangência do pacto eterno da graça de Deus. Os filhos são um presente de Deus, e ele nos confia para que sejam ensinados a amá-lo, especialmente pelo conhecimento das maravilhas que Deus fez ao nos criar e nos salvar para louvor da sua glória. É por isso, e para isso, que devemos ensinar os nossos filhos na disciplina e na admoestação do Senhor (Ef 6.4).

Portanto, não podemos negligenciar tão grande graça que Deus nos concede a nós e a nossos filhos, sabendo que não há possibilidade de transferência da responsabilidade dos pais no que diz respeito ao ensino dos filhos, especialmente no que concerne ao pacto eterno da graça de Deus, cujo sinal de inclusão e pertencimento é o batismo.

Como acabamos de ver, desde Abraão as promessas do pacto eterno da graça de Deus são garantidas àqueles que pertencem à família da aliança. Portanto, repetimos que a fundamentação bíblica para a administração do batismo, inclusive em nossas crianças, está sustentada na unidade e continuidade do pacto eterno da graça de Deus com os seus eleitos, e esta é a razão que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência.

Sabendo que o pacto da graça é eterno, temos a garantia do cuidado de Deus com aqueles que ele mesmo chamou e adotou como seus filhos em Cristo Jesus, a descendência de Abraão. É por isso que somos batizados, e incluímos solenemente os nossos filhos na aliança eterna da graça de Deus, na certeza de que, pela mesma graça, ele há de nos ajudar a ensinar os nossos filhos a andar em seus caminhos, conforme os desígnios do seu pacto eterno, para louvor da sua glória. Amém.