Queridos, hoje é o Dia das Mães, o segundo domingo de maio, denominado “mês das mães”, “mês da família”, o que o faz ser visto como um domingo diferente, em um mês diferente, considerando a importância das mães em nossas vidas. Interessante é que a influência cultural acaba nos envolvendo emocionalmente, a ponto de considerarmos essas datas como algo sagrado.
Pois bem, por “decreto cultural’, o segundo domingo de maio é o Dia das mães, uma das datas mais explorada pelo capitalismo mercantilista. Na verdade, é isso que interessa. Mas, como a cultura também “decretou” que maio é o mês da família, seguindo a cultura secular, a nossa denominação separou um dia como o dia da Família Presbiteriana. Por isso, vamos falar sobre a família, mostrando que a sua felicidade depende do temor a Deus, observados os seus desígnios para a família, como vemos neste salmo.
Irmãos, vivemos dias em que a felicidade é produto de consumo, e que pode ser supostamente adquirida em diversos lugares, por diversas maneiras, todas elas associadas ao consumo individualista de bens à venda no mercado, inclusive supostas bênçãos à venda no mercado religioso. Creio que isso não é novidade para ninguém. Pois bem, embora não estejamos aqui vendendo nada, vamos falar sobre a felicidade na família, felicidade tão perseguida quanto distante em nossos dias cada vez mais atribulados.
Como estamos no mês da família, precisamos saber que a felicidade da nossa família, seja cada unidade familiar, seja a nossa igreja como congregação de famílias, depende do temor a Deus, temor que nos leva à obediência indispensável para que vivamos em santidade, aumentando cada vez mais a nossa intimidade com Deus, o que é a essência da felicidade, a vida eterna, cuja dimensão já começa aqui (Jo 17.3).
Como diz o salmista, A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança (Sl 25.14). Irmãos, não pode haver felicidade maior do que ter intimidade com o Deus do universo; não pode haver felicidade maior do que conhecer a sua aliança, os seus decretos, os seus desígnios, e poder observá-los no temor do Senhor. Por isso, o salmo que lemos tem por título: Temor a Deus e felicidade no lar.
Observem que o próprio título já deixa implícito que a felicidade no lar está atrelada ao temor a Deus, temor que deve ser evidenciado, obviamente, pela nossa obediência, pelo nosso serviço e pelo nosso testemunho, para louvor da glória de Deus.
Agora, prestem atenção, irmãos! No âmbito do lar, no âmbito da família, quem são os primeiros chamados a observar o temor a Deus que resulta na felicidade de todos? Os pais, especialmente o pai, o líder da família, que é o primeiro citado no Salmo, responsável pelos demais membros da família, inclusive pela esposa.
Quando o salmista inicia afirmando que bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás, ele está se referindo ao marido, aquele a quem o Senhor Deus determinou lá em Gn 3.19 – No suor do teu rosto comerás o teu pão. Aqui, o salmista está apenas reforçando que o trabalho não é uma maldição, e sim, uma dádiva de Deus, e quando o trabalho é desenvolvido no temor do Senhor, isso proporciona felicidade e bem-aventurança para a família.
Quantos irmãos nós vemos reclamando do seu trabalho, o que evidencia falta de temor a Deus, e a consequente falta de felicidade no lar, na família. Prestem atenção, irmãos! Se nem sempre podemos fazer o que gostamos, precisamos gostar do que fazemos. O nosso trabalho é dádiva de Deus, e deve ser, antes de tudo, um exercício de obediência pela fé, porque é um mandamento de Deus para a nossa própria felicidade: Feliz serás e tudo te irá bem. Como isso acontece? Desenvolvendo o nosso trabalho no temor do Senhor! Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem.
Continuando, o v.3 não deixa margem de dúvida de que o salmista se refere ao marido como líder da sua casa, aquele que é responsável pela santidade da sua família, a começar pela santidade da sua esposa: tua esposa, no interior da tua casa, será como a videira frutífera. Novamente podemos perceber que o salmista faz remissão ao princípio, à criação, quando Deus determinou que o marido deve governar a sua mulher no sentido de cuidar dela, envidar todos os esforços, desenvolver todas as ações possíveis a fim de proporcionar-lhe o bem-estar.
Observem que a mulher é comparada a uma videira frutífera, e todos sabem que uma videira só será frutífera se receber os indispensáveis tratos culturais. O agricultor deve trabalhar, se esforçar, preparar o terreno, plantar, adubar, aguar, limpar, fazer a poda no tempo certo. Queridos irmãos, a esposa só será comparada à videira frutífera se tiver os mesmos cuidados por parte do marido, como Deus determinou.
Somente no temor do Senhor, observados os seus desígnios, será possível desenvolver um relacionamento perfeito entre marido e mulher, ponto de partida para se estabelecer as bases da santidade no lar, condição para que tenhamos uma família feliz.
Então, no temor do Senhor, a família crescerá em graça, e a esposa, a exemplo da oliveira bem cuidada, gerará filhos como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa (v.3). Sob a liderança do marido, no temor do Senhor, a esposa será capaz de gerar e criar filhos santificados neste relacionamento, obedientes aos pais, porque obedientes ao Senhor.
Assim deverá viver cada família enquanto núcleo primário. Porém, como podemos ver no salmo, o salmista conhecia o Deus do pacto, e o pacto de Deus com Israel. Por isso, na sequência da sua instrução ele inclui a família num contexto maior, já que nenhuma família vive isolada (vv.4-6). Observem que o salmista inclui a família no contexto de Jerusalém, de Israel, o povo de Deus, o povo do pacto que deveria testemunhar ao mundo sobre o único e verdadeiro Deus.
Pois bem, como neste mês também comemoramos o dia da Família Presbiteriana, podemos perfeitamente aplicar este salmo à nossa realidade. No temor do Senhor, cada marido, como o líder da casa, cuide da sua esposa de modo que ela seja comparada a uma videira frutífera. Os dois, bem-aventurados em sua santidade, geram filhos para o Senhor, santos, obedientes, criados que são no temor, na admoestação e na disciplina do Senhor.
Assim, que cada família, e todas as famílias da nossa igrejinha sejam abençoadas desde o Bairro Jardim 13 de Maio, de modo que, através de nós, as maravilhas de Deus sejam conhecidas em toda João Pessoa. Irmãos queridos, não tenham dúvida de que isso é possível. Esta é a dinâmica do salmo: o homem que teme ao Senhor é bem-aventurado por edificar a sua casa em santidade. Então ele pode conduzir a sua família feliz, em paz, fazendo parte da Igreja de Cristo, a família de Deus, no temor do Senhor, em obediência, testemunhando a todos quantos possam ver a glória de Deus em nós e através de nós.
Quanto às mães aqui presentes, cujos maridos, por não serem crentes, ou por outro motivo qualquer, não desempenham o seu papel de líder da família conforme o desígnio de Deus, a orientação é que vocês, com o apoio da Igreja, orem por eles incessantemente. No âmbito do lar, sejam submissas aos seus maridos, e se esforcem sobremaneira, fortalecidas na força que Deus supre, para serem videiras frutíferas, dando bom testemunho, a fim de que vocês mesmas sejam canal de bênçãos, zelosas pela santidade e felicidade de suas famílias.
Que Deus nos conceda graça para entender que a felicidade das nossas famílias depende do temor a Deus, da obediência aos seus desígnios, para que possamos honrá-lo e glorificá-lo como só ele é digno. Amém.