Queridos, como sabemos, este domingo é o Dia das Mães, uma data mercantilizada como tantas outras, inclusive o Natal de Cristo, mas que mexe com as nossas emoções. A ideologia cultural é tão forte que agimos como se neste dia específico, nossas mães fossem mais mães, e nos tornássemos mais filhos do que nos demais dias do ano.
Quantos filhos não ficam o ano inteiro sem fazer uma visita sequer a suas mães, mas no Dia das Mães, ah! esse dia é dedicado à querida mãezinha. Como dissemos, a ideologia cultural é tão forte que até mesmo a atitude de descaso desses filhos é esquecida por causa de uma visita anual, ou, às vezes, um simples telefonema com a frase mágica: “Eu liguei para lhe desejar um feliz Dia das Mães”.
Obviamente, as mães não deveriam ser tão subvalorizadas, mas também não podem ser supervalorizadas, como muitos o fazem, inclusive as próprias mães, achando que ser mãe é algo sobrenatural, e não é. Embora muitos achem que mãe tem capacidade de dar vida ao seu filho, sabemos que isso é algo que depende totalmente da vontade soberana de Deus, e as mães crentes não podem perder isso de vista. Mãe não dá vida ao filho. O autor e doador da vida é Deus, e não a mãe.
Pois bem, como hoje é dia das mães, vamos aprender um pouco com Ana, a mãe de Samuel, uma crente fiel, rogando a Deus que as mães daqui, da nossa igrejinha, também o sejam.
Em primeiro lugar, podemos observar que Ana foi uma crente fiel no seu lar – Esposa de Elcana, ela compartilhava o marido com outra esposa chamada Penina, que lhe era hostil, e zombava dela, porque Ana era estéril (v.6). Queridos, ser estéril naquela cultura era algo terrível. Primeiro, porque todas as mulheres tinham a esperança de vir a ser a mãe do Messias que haveria de vir. Segundo, e o que é pior, é que a esterilidade era considerada como uma maldição de Deus.
Mesmo assim, Ana foi uma esposa fiel e companheira do seu marido, nunca murmurando pelo fato de ser estéril, nem fazendo intrigas contra Penina, a outra esposa de Elcana, especialmente porque sabia que o seu marido a amava mais do que à outra esposa (vv.5, 8).
Em segundo lugar, vemos que Ana foi uma crente fiel na casa do Senhor – Mesmo vivendo uma vida considerada desgraçada, Ana era uma adoradora, e o texto nos mostra que Deus ocupava o centro da sua vida (vv.10-11). Ana sempre acompanhava seu marido nas visitas anuais ao Tabernáculo, mesmo sendo provocada constantemente por Penina. Se alguém tinha motivos para não ir a estas reuniões de adoração a Deus, esse alguém era Ana, mas ela perseverou em sua fidelidade.
Em terceiro lugar, também podemos observar que Ana foi uma crente que respeitava o seu líder espiritual – Quando, na sua angústia, orava a Deus pedindo um filho, o sacerdote Eli, em franca decadência espiritual, não teve discernimento e achou que ela estava embriagada (vv.12-14). Mesmo assim, Ana não desrespeitou o sacerdote, e lhe respondeu respeitosamente (vv.15-16).
Em quarto lugar, talvez a parte mais difícil, vemos que Ana foi uma crente fiel em seu voto – Como Ana sabia que não tinha poder sobrenatural para dar vida a ninguém, esperou com confiança no Senhor, o único que poderia resolver o seu problema, tanto que fez um voto de extrema coragem para uma mãe: se Deus lhe desse um filho varão, ela o restituiria para servir na casa do Senhor por todos os dias da sua vida (v.11). Só quem é mãe sabe como é difícil cumprir um voto desses, mas Ana foi fiel ao seu voto e o cumpriu (vv.24-28).
Por último, como nosso Deus é gracioso, podemos ver que Ana foi uma mãe crente recompensada por sua fidelidade – Depois de cumprir o seu voto e devolver o filho ao Senhor, Deus lhe deu outros cinco filhos: três homens e duas mulheres (2.21). Mães queridas, vejam quanta coisa Deus tem ensinado por meio desta sua serva. Uma mulher estéril, mas uma mulher perseverante em oração, uma mulher abençoada por Deus, e transformada em uma mãe bem-aventurada.
Prestem atenção, irmãs! Por ser uma crente fiel no seu lar; por ser uma crente fiel na casa do Senhor; por ser uma crente que respeitava o seu líder espiritual; por ser uma crente fiel em seu voto, Ana, que antes, mesmo em condições totalmente desfavoráveis acompanhava seu marido anualmente para oferecer sacrifícios no tabernáculo, agora, uma mãe bem-aventurada, continuava acompanhando o seu marido nas visitas ao tabernáculo, e tinha oportunidade de rever seu filho, que crescia servindo ao Senhor, e era abençoada pelo sacerdote Eli que reconheceu o seu grande ato de fé e fidelidade ao Senhor (2.18-21).
Queridas mães, como hoje é o dia culturalmente dedicados a vocês, desejamos que nenhuma mãe venha a ser subvalorizada por algum filho. Porém, também desejamos que nenhuma mãe queira ou venha a ser supervalorizada como se fosse um ser sobrenatural. O foco correto não está em nenhum destes dois pólos. À luz do que foi visto no exemplo de Ana, o foco correto está em ser uma mãe crente, fiel a Deus. Só assim é possível ser mãe em toda sua plenitude, uma mãe verdadeiramente bem-aventurada, cuja vida glorifica o nome do Senhor Deus.
Que Deus abençoe nossas mães e nos dê discernimento para compreender qual a sua vontade, para que possamos glorificá-lo com nossas vidas. Amém.