Queridos, como hoje é festejado o Dia dos Pais, quero convidá-los a uma breve reflexão sobre o nosso papel de pais crentes. Em nossa igrejinha, somos poucos pais, mas, mesmo que houvesse apenas um pai presente, esta reflexão seria necessária.
Nós sabemos que esta data é estabelecida apenas com uma finalidade mercantil. Mas, mesmo assim, considerando a nossa cultura capitalista, não podemos desperdiçar uma oportunidade cultural tão forte para lembrar a nossa responsabilidade de pais, especialmente quando lembramos que fazemos parte de uma aliança eterna, e que devemos ser fieis a esta aliança na qual o Senhor nos incluiu pela sua graça.
Ora, se realmente fomos incluídos na aliança eterna de Deus, sabemos que temos a responsabilidade intransferível de ensiná-la aos nossos filhos, a partir da nossa experiência de conversão, narrando-lhes os grandes feitos de Deus ao seu povo eleito; devemos contar-lhes os louvores do Senhor e o seu poder e as maravilhas que fez, desde o princípio, conforme ele mesmo revelou nas Escrituras Sagradas.
Aqui começa o nosso exercício de reflexão. Será que nós, pais do sexo masculino, a quem se destina esta palavra em primeiro lugar, sobre quem pesa maior responsabilidade diante de Deus, independentemente das leis do nosso País, será que nós temos agido assim? Será que o que ouvimos de nossos pais, sejam pais biológicos ou pais na fé, a respeito das maravilhas que Deus fez, será que temos contado incansavelmente aos nossos filhos?
Quantas vezes ao dia temos dedicado tempo para contar aos nossos filhos como Deus foi gracioso com Adão e Eva, nossos primeiros pais, mesmo depois do seu pecado de desobediência, prometendo-lhes o Redentor? Será que temos contado aos nossos filhos como Deus foi misericordioso em preservar a humanidade totalmente pervertida, ao escolher Noé e a sua família, salvando-os do dilúvio que inundou a terra, e, a partir deles, começar nova geração, da qual viria o Redentor?
Temos contado sobre a soberania de Deus ao escolher o semita Abraão, descendente de Sem, filho de Noé, e fazer-lhe promessas de que dele faria uma grande nação, e que lhe daria uma terra, e que nele seriam benditas todas as famílias da terra através de um descendente, o Redentor? Será que lhes explicamos detalhadamente que todas essas promessas, passando por Isaque, Jacó, Moisés, Josué, os Juízes, os reis e os profetas, todas as promessas alcançaram o seu cumprimento no Senhor Jesus Cristo?
Ouvimos, ó Deus, com os nossos próprios ouvidos; nossos pais nos têm contado o que outrora fizeste, em seus dias (Sl 44.1); O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor e o seu poder, e as maravilhas que fez (Sl 78.3-4). Isso é verdade em nossas vidas, em nossas casas?
Queridos pais, quando contamos aos nossos filhos as maravilhas que Deus fez no curso da história, em cumprimento às promessas feitas a Abraão, temos a oportunidade de mostrar-lhes a soberania de Deus, o seu poder, a sua graça, a sua misericórdia e a sua sabedoria na condução do seu povo eleito ao longo da história.
Quando contamos aos nossos filhos as maravilhas que Deus fez no curso da história, em cumprimento às promessas feitas a Abraão, temos oportunidade de mostrar-lhes os acertos e os pecados do povo de Israel, a fim de que aprendam a perseverar em obediência, e evitem os pecados pelos quais veio a ira de Deus sobre o seu povo eleito.
Quando contamos aos nossos filhos as maravilhas que Deus fez no curso da história, em cumprimento às promessas feitas a Abraão, temos oportunidade de mostrar-lhes a justiça e o juízo de Deus, as consequências danosas dos nossos pecados, e como Deus é misericordioso em nos perdoar quando nós realmente nos arrependemos.
Quando contamos aos nossos filhos as maravilhas que Deus fez no curso da história, em cumprimento às promessas feitas a Abraão, temos oportunidade de mostrar-lhes as orações feitas por Moisés, por Josué e pelos profetas, para que Deus tivesse misericórdia do seu povo, que estava perecendo por causa dos seus pecados.
Em momentos preciosos como estes em que contamos aos nossos filhos as maravilhas que Deus fez, nós podemos orar com os nossos filhos e orar por eles, como fizeram santos da Bíblia como Jó, e mostrar-lhes o quanto estamos empenhados em mantê-los fiéis à aliança eterna de Deus, o Deus de nossos pais, o nosso Deus, e Deus deles.
Nessa prática requerida pelo salmista, através do nosso ensino diligente, pelo nosso exemplo de seriedade e responsabilidade ao tratar de um assunto que é eterno, com a graça de Deus, nossos filhos assimilarão as maravilhas que Deus fez, e pela mesma graça se encarregarão de contá-las às gerações vindouras, para a glória de Deus.
Ah! Queridos pais! Como essa reflexão é necessária. Como eu tenho admoestado e exortado constantemente ao longo dos anos, se há aqui algum pai que não tem agido assim, ainda é tempo de reconsiderar a sua conduta; ainda é tempo de reconsiderar a sua responsabilidade com o destino eterno dos seus filhos; ainda é tempo de pedir perdão a Deus, pedir perdão aos seus filhos, e passar a contar-lhes o que você ouviu dos seus pais, sejam pais biológicos ou pais na fé, e contar-lhes os louvores do Senhor e o seu poder e as maravilhas que ele fez.
E como é bom lembrar que entre essas maravilhas está o perdão, perdão que é garantido a todo aquele que o busca, como está escrito em 1Jo 1.9 – Se confessarmos os nossos pecados, ele (Jesus) é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Ao pedir perdão aos filhos, digam-lhes qual é a base do perdão, o perdão de Deus.
Dia dos Pais, data mercantilizada pela cultura capitalista do consumo desenfreado, mas não podemos perder a oportunidade. Este dia memorável para a sociedade de consumo também é dia de lembrar o compromisso com Deus e com nossos filhos, compromisso de que os criaremos na disciplina e na admoestação do Senhor, conforme a sua Palavra.
Portanto, façamos uma autoanálise, e caso sejamos achados em falta diante de Deus e de nossos filhos, hoje, dia dos pais, uma data mercantilizada, pode ser também dia de reconciliação, dia de reconsideração da nossa fidelidade com a aliança eterna de Deus, seja reafirmando ou reassumindo a nossa responsabilidade com o destino eterno de nossos filhos.
Que Deus nos conceda graça para assimilar a sua doutrina, e nos capacite a pôr em prática essa palavra de admoestação e de exortação que vem do céu, a fim de que as nossas famílias sejam modelo de testemunho para louvor da glória de Deus. Amém.