O Natal de Jesus – Lc 2.1-14

A soberana e graciosa misericórdia de Deus – Rm 9.14-16; Hb 2.16; Jd 6
17/12/2017
A verdadeira Igreja – 1Tm 1.3-5; 3.14-15
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Queridos, chegamos ao Natal mais uma vez. Como todos os anos, vemos uma corrida frenética às lojas. As pessoas, como massa de manobra do marketing, precisam gastar o seu décimo terceiro. O Natal de Jesus, que é uma festa pagã introduzida no Cristianismo, não poderia se transformar em outra coisa, senão em um evento puramente comercial, instrumento do capitalismo mercantilista. Até o principal personagem, Jesus, foi substituído pelo Papai Noel

Quanto à data da festa, 25 de dezembro, esta foi determinada pelo Imperador Romano Constantino no ano 336 depois de Cristo, para substituir uma festa pagã em honra ao deus sol (Mercúrio). Constantino “converteu-se” ao cristianismo, e “cristianizou” todas as festas pagãs, trazendo para dentro da Igreja toda sorte de idolatrias e superstições próprias do paganismo.

Sobre a verdadeira data do natal de Jesus, isso não tem nenhuma importância para nós. Se tivesse, estaria escrito na Bíblia. O que interessa para nós é que o natal de Jesus foi realmente um milagre: Deus manifestado na carne como está escrito em 1Tm 3.16, e que este fato aconteceu na plenitude do tempo de Deus, como está escrito em Gl 4.4. Vamos considerar o texto.

Sabermos que o tempo e a história pertencem ao Senhor. Observem que o texto lido nos revela que César Augusto era o imperador romano. O Império Romano dominava o mundo, e foi o imperador César Augusto quem determinou o recenseamento, por motivações econômicas. Esta providência fez com que José e Maria fossem se alistar em Belém, para que Jesus nascesse lá, como predissera o profeta Miquéias (5.2). Portanto, o Imperador César Augusto, o homem que dominava o mundo, foi um simples instrumento nas mãos de Deus para cumprir os seus propósitos eternos.

Como isso é confortante para nós, queridos, saber que Deus está no controle de todas as coisas, e que todos os poderosos deste mundo estão sob o seu poder. Como é confortante para nós, saber que o nosso Senhor decidiu nascer pobre, numa família pobre, numa cidadezinha pobre, e por meio de sua humilhação, adquiriu para nós um título de glória. Como é confortante para nós, saber que o nosso Senhor, durante toda a sua vida, foi pobre por amor de nós, desde o seu nascimento até a sua morte, para que, pela sua pobreza fôssemos feitos ricos, coerdeiros da glória eterna do Pai.

Quanta diferença do que se prega hoje. Queridos, ser pobre não é nenhuma desonra. Afinal, o próprio Filho de Deus, honrou a pobreza material ao assumi-la voluntariamente, desde o seu natal.

Na sequência do texto nós vemos como Deus continuou agindo de forma diferente do que poderíamos imaginar para o natal de Jesus. Quem foram os primeiros a receber a notícia de que Jesus nascera? Pela nossa lógica capitalista que valoriza mais o ter do que o ser deveria ter sido os governadores judeus, os sacerdotes, os escribas e fariseus, as autoridades da época. Mas não foi assim. Foi a simples pastores que viviam nos campos, guardando os seus rebanhos durante as vigílias da noite. Por isso, está escrito em Tg 2.5 – Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam? Deus é Senhor!

Outra coisa que nos chama atenção no texto lido é o fato de que os primeiros a adorarem a Deus quando Jesus nasceu foram os anjos e não os homens. Sabem por que? Porque diferentemente dos homens pecadores, os anjos se alegram com o que Deus faz, e eles sabiam que Deus mandou o Messias para nos salvar, conforme eles anunciaram aos pastores: Hoje vos nasceu na cidade de Davi, o salvador, que é Cristo, o Senhor (v.11).

Por isso eles louvaram, dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas (v.14). Os anjos sabiam que o natal de Jesus, a sua vida, morte e ressurreição glorificam mais a Deus do que a própria criação. Eles sabiam que a glória de Deus deve ser muito mais elevada na restauração do homem pecador. Por isso os anjos continuaram o seu louvor dizendo: Paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem, porque na plenitude do tempo, é chegada a paz de Deus na terra, nasceu Jesus, o Filho encarnado, o único capaz de nos reconciliar com Deus Pai. Aleluia!

Este é o verdadeiro sentido do natal, queridos. A data? É hoje, como está escrito no v.11 – é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Portanto, o verdadeiro natal de Cristo é sempre hoje. Por isso, assim como os anjos louvaram a Deus, jubilosos por causa do nascimento de Jesus, o mesmo acontece toda vez que um pecador se arrepende, como está escrito em Lc 15.7,10, que há júbilo nos céus diante dos anjos de Deus por cada pecador que se arrepende.

O amor de Deus por nós é tão grande que contagia os anjos. Eles sabem que cada vez que um pecador se converte, significa que Cristo nasceu em seu coração, e que esse pecador passou a fazer parte da família de Deus. Por isso, irmãos queridos, nós que fazemos parte dessa família, como os anjos, devemos glorificar e louvar a Deus com alegria, por tudo que nos foi anunciado através da sua Palavra. Mateus 1.21 nos afirma que Jesus, o Salvador, veio ao mundo para salvar o seu povo dos pecados deles.

É com esse propósito que o fato histórico do Natal de Jesus se repete espiritualmente em nossos corações, não apenas a cada ano, mas a cada dia, a cada instante, para que as nossas vidas anunciem o louvor da glória do Pai. Feliz natal a todos quantos Deus quer bem. Amém.