Queridos, nós já falamos isso em outras oportunidades festivas, comemorativas de datas especiais. Hoje é Dia dos Pais, uma data totalmente explorada para fins comerciais, mas, por fazer parte da nossa cultura, não podemos perder a oportunidade para falar sobre o papel do Pai, conforme a Bíblia nos instrui.
O texto bíblico que lemos reporta costumes da era patriarcal, na qual o pai era o sacerdote do lar. Sabemos que o papel principal do sacerdote era ensinar e interceder pelo povo, e no caso do pai, esse ministério se revestia de uma responsabilidade ainda maior, já que o pai era, e ainda é, o responsável direto e insubstituível pelo ensino dos preceitos de Deus aos seus filhos, conforme lemos em Dt 6.6-7 – Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.
Esta palavra é para os pais, homens. Há! Mas isso era no Velho Testamento. Não, queridos! Como eu tenho dito a vocês, embora no Velho Testamento não contenha doutrina, os ensinamentos de Jesus Cristo, e a doutrina apostólica do Novo Testamento, são totalmente baseados na Lei e nos Profetas do Velho Testamento, que Jesus Cristo veio cumprir, e é por isso que o Apóstolo Paulo ensina em Ef 6.4 – Pais, criem seus filhos na disciplina e na admoestação do Senhor.
E como é possível fazer isso em dias tão difíceis?
Queridos, vocês são testemunhas de que já tenho ensinado insistentemente, com base bíblica, que não há nada de novo sob o sol (Ec 1.9) – O que foi, é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. A diferença está apenas na forma como problema se nos apresenta, em virtude da evolução cultural e do desenvolvimento tecnológico. Solução? Observar os princípios bíblicos para cada caso.
Neste caso específico, nós, pais, recebemos de Deus a graça de sermos procriadores da obra prima da sua criação, o ser humano criado à sua imagem, e precisamos ter plena consciência de que não somos donos dos nossos filhos, mas, apenas mordomos, uma vez que eles pertencem a Deus, como está escrito no Sl 127.3 – Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre seu galardão.
Nós somos apenas mordomos, responsáveis pela sua criação, e haveremos de prestar contas a Deus pelo que fazemos ou deixamos de fazer com eles e por eles. Que atenção lhes damos? Quanto tempo dedicamos ao ensino da Palavra de Deus a eles, desde a mais tenra idade? Quanto nós oramos por eles e com eles? Não podemos esquecer que todos esses procedimentos fazem parte da instrução espiritual ordenada por Deus, e necessária à formação de um caráter cristão em nossos filhos.
Ah! Queridos pais! Muitas bênçãos e maldições que vivemos em nossos lares são, indiscutivelmente, frutos colhidos em função do que plantamos na criação dos nossos filhos. O Salmo 128 nos diz como será bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos; diz que a sua esposa será como uma videira frutífera e seus filhos como rebentos da oliveira, à roda da sua mesa. Ah! Que maravilha! Esse quadro denota um ambiente de paz no lar, fruto de uma vida espiritual bem nutrida, da qual fazem parte os ensinamentos das verdades bíblicas transmitidas aos nossos filhos, e isso só se consegue investindo tempo com eles, na presença do Nosso Senhor.
Como eu tenho dito aqui várias vezes, meu pai era assim, um homem bem-aventurado, reto nos caminhos do Senhor. Todos os dias reunia os filhos à roda da mesa e líamos a Bíblia, cantávamos e orávamos. Nossa casa era muito grande, éramos hospedeiros de todos os pastores e missionários que passavam por nossa cidade, e eles participavam de nossos cultos domésticos. Quantas vezes nós lemos todo o Novo Testamento ao longo da minha infância.
Acontece que meu pai morreu aos 48 anos vitimado por um AVC, quando eu ainda era pré-adolescente, e todos nós, em função da forma muito rígida como ele nos criou, nos desviamos dos caminhos do Senhor. Porém, como sacerdote do lar, enquanto era vivo, todos os dias ele orava por nós, orava conosco, pedindo a Deus que nos preservasse do mundo, e como ele desejava que algum de nós fosse pastor.
No tempo de Deus, como colheita do que meu pai plantou, e pelas orações da minha mãe, um por um, a começar por Josué Rodrigues, fomos retornando para o Senhor, e hoje, somos quatro pastores espalhados pelo Brasil. Apenas um, o mais novo, ainda se mantém afastado, embora frequente a igreja eventalmente.
Qual a fórmula, queridos? Como Jó, meu pai, mesmo sem muito estudo secular, estudava a Bíblia todos os dias, e nos ensinou a seguir os seus passos, porque sabia que tinha essa responsabilidade diante do Senhor.
Hoje, no Dia dos Pais, eu pergunto aos pais aqui presentes: Quanto tempo vocês dedicam aos seus filhos, ensinando-lhes os valores do Reino de Deus, orando com eles e por eles, pois, como já vimos, isto é uma responsabilidade dos pais, ordenada por Deus, e é intransferível. Vocês têm agido assim, queridos?
Se não, a minha exortação pastoral é que hoje é tempo de consertar o erro. Como? Em nome de Jesus, eu lhes peço: Reúnam seus filhos, hoje mesmo, ou o mais breve possível, seja de que idade forem, e, diante deles, peçam perdão a Deus pela sua desobediência a Deus, pela sua negligência para com eles, e peçam-lhes perdão.
Esta orientação está baseada na Palavra, quando nos diz em 1Jo 1.9 – Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça. É fundamentado nesta palavra que eu os encorajo a procederem assim: arrependam-se, confessem o seu pecado, peçam perdão a Deus e aos seus filhos. Vocês verão que no tempo certo, Deus harmonizará a sua casa, e ele fará isso para honra e glória do seu nome.
Lembram-se de Jó? O texto bíblico nos diz que era um homem íntegro e reto, temente a Deus, que orava pelos seus filhos e oferecia sacrifícios a Deus por pecados que porventura eles houvessem cometido. E o texto diz que assim fazia Jó continuamente (v.5).
Façamos o mesmo, queridos pais, para que Deus seja glorificado em nossas casas, em nossas famílias e através das nossas famílias, e ele nos concederá a graça de multiplicarmos esta bênção no seio da nossa igreja, que é composta pelas nossas famílias, e seremos pais bem-aventurados, sabendo que Deus faz isso para louvor da sua glória. Amém.